sábado, 30 de agosto de 2008

O Espírito Gigante

"Ele é um Espírito gigantesco que se oculta bem.
Todos os seus sentidos porém estão petrificados
Ele não pode fugir de sua carcaça estreita
Nem partir as grades de sua prisão
Por mais que agite sem parar as asas
Que se estire e se retorça poderosamente
E, seja nas coisas inertes seja nas vivas
Aspire com vigor por tornar-se consciente
Encerrado num cárcere que a língua chama de ser humano
O Espírito gigante descobre-se a si mesmo
Ao sair desse sono pesado, desse longo sonho
É às duras penas que ele se reconhece
E de imediato, com toda a força dos seus sentidos, ele deseja
Dissolver-se novamente na natureza imensa"

(Scheling, "O Espírito Gigante").

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Descer o velho Chico em Caiaques.

Quatro amigos de Sampa, experientes em camping selvagem, com alguma técnica de resgate e sobrevivência em selva, partem de São Paulo para o norte de Minas afim de descer 1200km do rio São Francisco, até sua foz, utilizando das mais primitivas embarcações humanas: caiaques.

Saiba mais no blog da trip em: www.ezequias.net/viagem



quinta-feira, 22 de maio de 2008

De Sp às termas de Goiás, às ilhas da Bahia e Rio de Janeiro. (Jan 2008)

Se tudo que resta de nós mesmos são as narrativas que criamos, abaixo estão os vestígios textuais e fotográficos da viagem de motoca que realizei em janeiro.
Fomos eu e um primo chegado, passamos 16 dias na estrada, visitamos as águas quentes de Caldas Novas, em GO; Chapada Diamantina, na BA; Morro São Paulo, Ilha na Bahia, Guarapari no ES e Ilha Grande (Angra dos Reis) e Paraty no RJ.
Gastei em torno de R$1800 dos quais 750 foram para o combustível. É possível viajar com muito menos, bastaria trocar as pousadas pulguentas por campings e os restaurantes baratos por cozinharmos nós mesmo, mas resolvemos um pouco mais de conforto dessa vez.
O Diário de Viagem fica mais ou menos legal depois do 3º dia de viagem, têm boas dicas de passeios e lugares na Chapada Diamantina e Ilha Grande.
Para os preguiçosos, tem também um album de fotos selecionadas que dão um apanhado geral da viagem.

Diário de viagem (disponível na comunidade de nosso motoclube):
http://www.orkut.com/commmsgs.aspx?cmm=2297111&tid=2575193179431265609&na=4

Album da viagem:
http://picasaweb.google.com.br/leandroestevam/despstermasdegoesilhasdabaerj

terça-feira, 6 de maio de 2008

Leandro Montoya (um conto por Felipe Augusto)*

Leandro Montoya adorava a vida ao ar livre, melhor ainda se fosse sobre duas rodas. Cultivava grande apreço por uma moto inteirinha modificada que ele havia construído com suas próprias mãos.


- Cara, essa é a minha Harley, não há outra igual no globo terrestre - e seus olhos marejavam.


Tudo bem que às vezes ele tinha que fazer a envenenada pegar no tranco mesmo, mas isso era o de menos – “ela faz um charme, mas é mansa. Com as mulheres você tem que ser paciente, meu chapa”.

Nos finais de semana ele se juntava a um grupo de motociclistas evangélicos, passavam o tempo cantando seu hino extra-oficial, ‘Jesus numa moto’, aquela mesmo, do Zé Rodrix. Até aí, sem problemas. O negócio engrossava quando ele queria provar pra você que as músicas do Steppenwolf tinham um apelo gospel:


- Heavy metal thunder é o chamado do senhor, tá na cara!


De uns tempos pra cá ele tem andado triste, seu segundo grande amor, uma pequena nipo-brasileira, foi tentar a sorte na terra de seus avós – um ano separados. Ele suportou bem por um longo período, até que faltando um mês pra ela voltar, as aparições começaram. Noite após noite o Nelson Rodrigues passou a surgir em seus sonhos dizendo com aquela sua voz característica:- Ela fugiu com o ladrão boliviano! – e na noite seguinte ele voltava.- O ladrão boliviano!

De tão preocupado ele resolveu perguntar a ela, pelo computador, onde se comunicavam por texto:


- Escuta, não tem aí entre vocês nenhum boliviano, tem?

- Aqui? Não... Bom, tem o Juan, mas ele é panamenho.

- É tudo a mesma coisa! Fica longe dele, bem longe, promete?


Ficou tão paranóico que foi pedir ajuda ao seu pastor. Este, que havia se graduado em psicologia familiar assistindo todas as noites o programa daquele bispo que deve ter uma sede danada, pois vive pedindo pra você apanhar um copo d’água pra ele, mandou ver no verbo:


- Isso aí é só um peso na sua consciência, a sensação de falta, essa insegurança é normal, eu, por exemplo, passei noites inteiras sendo visitado pelo Charles Bronson.

- E como você se curou?- Não me curei, virei pastor.

- E ele te dizia alguma coisa?

- Não, sabe como é o Charles, ele quase nem fala.

- Sei.


Na noite anterior a chegada de sua amada, ele dormiu tranqüilo. Manhã, ele apanha sua moto e segue até o aeroporto. O coração trepida. O avião aporta, ele avista do saguão de desembarque as pessoas descendo a escada da aeronave, chega à hora dela descer. Qual a sua surpresa quando ele não vê junto a ela – o ladrão boliviano! Ele entra em choque, quer desmaiar, morrer, só que neste instante: quem entra correndo pela pista de pouso, com um revolver na mão, fugindo do controle de pista? Sim, ele, Charles Bronson, sem pestanejar ele rola pelo chão e acerta dois tiros no peito do ladrão boliviano, em seguida, arma uma das mais inesquecíveis escapadas da história, deixando dúzias de seguranças brutamontes a mingua. Antes de ir, ainda faz a Leandro um discreto sinal com a cabeça. Neste instante, ele acorda. Suado, cansado, porém feliz.

Cinco noites depois o telefone do pastor toca em plena madrugada. É a voz de Montoya, em soluços:


- O que você pediu a ele?

- A ele quem? Calma Leandro, você está nervoso. O que eu pedi a quem?

- Ora, você sabe muito bem, você pediu um favor a ele, por isso ele agora não sai mais dos sonhos. Diga, o que foi que você pediu?

- Meu Deus! Ele... Você... Você está sonhando com ele?

- Há cinco noites seguidas... Cinco noites... Não estou agüentando mais. Você é a única pessoa que pode me ajudar, o que eu devo fazer?

-Bem, primeiro pegue um copo d’água...


*Este conto foi escrito pelo amigo e colega de faculdade Felipe Augusto "Horlá" em meados de 2005, quando a Joice estava no Japão e não raras vezes este era o assunto em nossas rodas de conversa.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Desplugando o Joystic














Ante-ontem desistalei todos os games do computador, basta! Meu ganha pão são eventos de games, para chegar a mesa de trabalho, passo todos os dias por dezenas de computadores com pessoas jogando, estudo jogos em minha pesquisa acadêmica; atendo a alguns jogadores todos os dias, frequento foruns especializados para sentir as comunidades; não, meu lazer, pelo menos, nao será mais domesticado por eles.

É preciso ficar atento, as coisas vem e fagocitam a gente, e nem percebemos.

Após anos de games, campeonatos conquistados, incontáveis transposições de games, plataformas e placas de vídeo. Quantos clics de mouse... Tenho certeza que meu KD/R é positivo. Nos últimos tempos eu já jogava como um veterano, atos calculados e nao habilidade frenética, afinal, quem pode contra 14 anos de idade e 10 horas de treino por dia? Apenas uma astúcia encoberta e preparada pela experiência.

Deixo os games por um tempo, e o propósito primeiro desse blog, pode apostar, é usar ao menos uma pequena parte do tempo antes dispensado a eles...